O programa Piauí de Riquezas de sábado (19), em especial ao Dia do Piauí, fez um passeio por um dos pontos tristicos mais famosos do estado: o Cânion do rio Poti. Além das belezas das formações rochosas, o local também oferece uma visitação pelos vários quilômetros de registros pré históricos nas pedras e um centro para observar os astros.
✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp
Castelo do Piauí, a 189 km de Teresina, é uma das cidades onde o cânion está localizado, ao todo são mais de 500 quilômetros de caminho, passando pelo Piauí e pelo Ceará. O cânion estende-se pelos municípios de Crateús, no Ceará, Castelo, Buriti dos Montes e Juazeiro, no Piauí.
No entorno do cânion existe um observatório astronômico. Segundo Iara Flor, apresentou o local, o ponto estratégico foi escolhido porque no meio da Caatinga tem condições especiais para observar os astros, pela falta de nuvens, o chamado tempo limpo, associado ainda à falta de itens de energia elétrica.
“Uma experiência única para os visitantes, onde eles poderão ver os céus, as estrelas e os fenômenos celestiais. Aqui, já foi instalado um dos telescópios de última geração, mas vai vir outros três telescópios, porque no total vão ser quatro. E também tem as cadeiras com os binóculos, porque quando o visitante estiver lá no telescópio, outro pode também observar das cadeiras”, explicou.
Além dos turistas, o espaço também serve para cientistas, estudantes e fotógrafos registrarem sobre o céu do Piauí.
No sítio Poço da Bebidinha, o emaranhado de formações rochosas forma parte do Cânion do Rio Poti. Para chegar ao local é preciso duas horas de carro e uma hora de caminhada, até encontrar a maior concentração de gravuras rupestres.
Algumas rochas apresentam gravuras rupestres muito antigas, esculpidas em baixo-relevo nas pedras das encostas. Até os dias atuais, todo esse patrimônio se encontra ainda semidesconhecido, sendo visitado apenas por pescadores e ecologistas que enfrentam as rústicas trilhas de difícil acesso.
Acredita-se que a paisagem do Cânion tenha se formado através de uma falha geológica provocada por um terremoto há 400 milhões de anos.
Ao longo de quase três quilômetros, as margens do rio abrigam inscrições feitas há milhares de anos. Figuras pontilhadas, formas arredondadas, olhos que parecem surgir entre as pedras. Na área dos 180 quilômetros do Cânion, a água do rio não está poluída. Mas a grande riqueza nas margens, o tesouro em artes rupestres, está totalmente sem proteção.
A ciência brasileira sabe muito pouco sobre as mensagens que os antigos habitantes deixaram. Os arqueólogos conseguem afirmar apenas que eles eram muitos. Centenas, talvez milhares de pessoas viveram nestas margens do rio. Paredões com até 60 metros de altura e cerca de 400 milhões de anos, ao longo do Cânion, guardam muitas histórias.